sexta-feira, 16 de outubro de 2009

SOBRE A POLÍTICA DE BACABAL

O Jornalista Louremar Fernandes traz no seu blogo uma reflexão que achei interessante sobre a política de Bacabal. Aqui transcrevo na íntegra matéria do seu blog. Veja mais em http://www.louremarfernandes.zip.net/

TEMPO DE PAZ OU DE INÉRCIA?

A cidade de Bacabal vive um momento ímpar da sua história política. Todos os políticos da cidade estão juntos no mesmo grupo. E não é apenas um grupo. É O GRUPO. O grupo da Governadora do Estado. A união e a paz prevaleceram na cidade. Essa história de grupo da paz surgiu quando a senhora Taugi Lago se candidatou e enfrentou Zé Vieira na eleição municipal do ano 2000. Famoso por supostamente ter ateado fogo em casas do povoado Aldeia, Zé Vieira foi rotulado como o homem mau. Taugi então era do bem. Zé Vieira do mal. Houve caminhada pela paz. Todo mundo vestindo branco. Tudo muito lindo, mas Zé Vieira – o homem do caldeirão – venceu.De lá para cá passaram a existir dois grupos políticos: o grupo do bem e o grupo do mal. Raimundo Lisboa, que hoje é prefeito, se elegeu pelo grupo do mal. Foi o candidato apresentado por Zé Vieira, de quem era vice-prefeito. Para se reeleger no entanto, o prefeito Lisboa não contou com Zé Vieira. Em 2004 estavam de relações rompidas, pelo menos politicamente. Prestes a ver seu sonho de continuar na Prefeitura ir por água abaixo, Lisboa chamou a senhora Taugi Lago para um acordo. Acordo feito, Taugi aceitou ser vice. As rusgas do passado foram esquecidas e disputaram a eleição contra Zé Vieira. Dizem que o ex-senador João Alberto não teria sido consultado quanto ao acordo, mas fez campanha sim. Quem não iria apoiar o homem forte do governador Jackson Lago? E Lisboa era o amigo de primeira hora do Governador. Todos subiram em palanque, foram às ruas abraçar os eleitores ao lado de Lisboa: João Alberto, Taugi, Jura Filho e Graciete Lisboa. Essa, com o semblante do constrangimento estampado por ter tido o seu mandato cassado justamente em uma ação movida pelo seu agora partidário Jura Filho. Isso foi na eleição. Ainda não era tempo de paz. Afinal, Zé Vieira precisava ser combatido. E foi. Perdeu a eleição. Venceu a paz. O cenário político no Estado mudou, Roseana Sarney voltou a ser governadora. Zé Vieira era todo alegria ao lado de João Alberto. Fotos e imagens feitas na residência da governadora no Calhau, são provas incontestes. Mas a paz ainda não estava sendo vivida em sua plenitude. Lisboa ainda era PDT, ainda estava bem marcante a atuação do Governador cassado para fazer dele o presidente da FAMEM. O Prefeito de Bacabal era visto como o homem do Jackson. O que fazer então? Deixar o tempo passar. E assim fizeram. O tempo passou e há poucos dias Lisboa cedeu aos encantos do PMDB para onde deve se mudar, e para onde ja mandou a ex-esposa e deputada cassada, atendendo ao chamado do vice-governador João Alberto. Agora sim, estão todos do mesmo lado político. Como dizemos nós os interioranos, não tem ninguém do lado de lá. Poderia se dizer que são, agora, “farinha do mesmo saco”, mas convenhamos, isso não pega bem para falar de políticos, ainda mais com mandato, são autoridades. Uma coisa que nem eu, nem um punhado de gente entendeu é porque a população não consegue vislumbrar a aura de paz que tanto se apregoava. Quando vencessem Zé Vieira, restaria a paz. Quando Jackson Lago fosse cassado transbordaria a paz. Quando estivessem todos os políticos juntos, abundaria a paz. A população pecou ao imaginar que essa paz seria extensiva a todos? O pronto-socorro foi fechado pra reforma há quase um ano. Só um gabinete odontológico funciona para atender a todas as equipes do Programa Saúde da Família. Para completar, o Prefeito de Bacabal demitiu aproximadamente 600 pais e mães de família. Culpou a queda de repasse do FPM. O prefeito não explicou quais medidas tinha tomado para fechar a torneira dos gastos, antes de chegar a essa medida extrema. Nem ele explicou. Nem ninguém cobrou explicações. Os demitidos ficaram mesmo na rua da amargura. Os quitandeiros, donos de farmácia, vendedoras de avon, consultoras da natura, locadores de imóveis, ficaram no prejuízo. Sem emprego da noite pro dia, como podem essas pessoas cumprir seus compromissos financeiros. É um abalo na sociedade em que vivemos. Não pode haver paz. Mas quem reclamou? Quem ousou levantar a voz para questionar? Ninguém. Fátima Vieira e Jura Filho nunca foram mesmo dados a discursar na Assembléia. Graciete não pode dizer nada, foi eleita graças ao Prefeito. Zé Vieira não pode destilar seus famosos impropérios. O vice-governador quando chega na cidade tudo é festa em torno dele. Os vereadores, esses mesmo é que não podem falar. Hoje são todos companheiros de uma mesma caminhada. Caminhada contra quem mesmo? O que se chega à conclusão é que essa aliança de todos, foi nociva para o povo. Nenhum político sequer lamenta a situação, não podem fazer isso. Estão no mesmo grupo. Poderiam até sentar para discutir, questionar: como socorrer o colega Raimundo Lisboa? Como resolver, por tabela, a vida dessas pessoas. Como conter essa onda de insatisfação que tomou conta da cidade? Poderiam. Mas ninguém fez isso. A aliança deve ser para o futuro. Não para agora. O povo que espere. Nesse tempo de inércia e não de paz.

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