O deputado estadual Carlinhos Florêncio (PHS) faz avaliação positiva do primeiro semestre de trabalho da Assembleia Legislativa e defende que a partir de agosto, quando terminar o recesso, os parlamentares devem voltar às atenções para o setor agrícola. “O Maranhão é um estado com vocação agrícola e precisamos elaborar políticas públicas para este segmento capazes de torná-lo um dos vetores do nosso desenvolvimento”, afirma.
Diz também que a Assembléia deve voltar às atenções para os grandes investimentos que vão ser feitos no Estado como, por exemplo, a instalação da refinaria Premium, a exploração de gás natural e a ampliação do complexo portuário do Itaqui.
A seguir, a entrevista com Carlinhos Florêncio, que é produtor rural e filho de Bacabal, tem sido o candidato que mais recebeu votos no município (11.287) e foi eleito com 33.493 votos, além de ser membro titular da Comissão de Constituição e Justiça, Saúde e de Assuntos Municipais e de Desenvolvimento Regional; presidiu a Comissão Especial de Acompanhamento das Enchentes e junto com os deputados Neto Evangelista (PSDB) e André Fufuca (PSDB) integrou a Comissão de Deputados da Assembleia Legislativa do Maranhão que foi conhecer a experiência do Estado do Ceará na criação de novos municípios.
Jornal Pequeno – Que avaliação o senhor faz dos trabalhos da Assembleia neste primeiro semestre?
Deputado Carlinhos Florêncio – Inicialmente, é preciso se registrar que, nas últimas eleições, o povo do Maranhão optou pela renovação da Assembleia. Eu e outros colegas representamos essa renovação e isto faz aumentar a nossa responsabilidade em desempenhar bem a nobre missão de representar o povo maranhense. Conseguimos imprimir um ritmo de trabalho muito intenso e pautar o debate de temas fundamentais para o desenvolvimento do Maranhão. Nunca a Assembleia Legislativa trabalhou tanto em favor dos interesses do povo do Maranhão. Basta pegar a quantidade de audiências públicas realizadas até aqui sobre os mais diversos temas. E, é bom que se diga, sobre temas de grande relevância como, por exemplo, a questão da preservação dos babaçuais, o sistema de transporte urbano, o problema das empresas de telefonia fixa e celular, as várias audiências públicas da Frente em Defesa da Baixada, etc. Sem dúvida, foi um semestre de intensa atividade parlamentar. Apresentei várias indicações solicitando benefícios para diversos municípios da região do Médio Mearim, pautei o debate sobre o problema recorrente das enchentes, abrimos a discussão sobre a necessidade de criação de novos municípios no Maranhão, levei a Comissão de Saúde a Bacabal para vistoriar os serviços prestados à população nesse setor, etc. Particularmente, avalio que cumpri com minha obrigação e espero que a população também avalie assim.
JP – Quais as metas para o segundo semestre?
CF – Esperamos continuar na mesma pegada. A Assembleia Legislativa é a casa do povo e, portanto, tem que propor soluções para os problemas candentes da população maranhense. Um deles é, sem dúvida, o problema do crack que está ameaçando a nossa juventude e deixando perplexa a população tanto do interior como da capital. Conseguimos instalar uma frente de combate a esse câncer social que põe em risco o futuro de nossa juventude. É preciso continuar essa luta. Outra frente é a que propõe soluções para o atraso secular da região da Baixada maranhense, que também precisamos dar continuidade. Outra questão que deve ser discutida e tratada como prioridade é a que diz respeito à produção. O Maranhão é um estado com vocação agrícola e precisamos elaborar políticas públicas para este segmento capazes de torná-lo um dos vetores do nosso desenvolvimento. E outros temas como os que remetem para os grandes investimentos que vão ser feitos em nosso Estado como, por exemplo, a instalação da refinaria Premium, a exploração de gás natural e a ampliação do complexo portuário do Itaqui.
JP – Como o senhor avalia o resultado da visita da Comissão de Saúde a Bacabal atendendo a uma solicitação sua?
CF – Vivencio a realidade de minha cidade e, portanto, conheço a fundo seus problemas. De fato solicitei a visita da Comissão de Saúde a Bacabal. E o fiz devido a inúmeras denúncias que recebi de populares de Bacabal e de municípios do seu entorno que reclamavam da falta de um atendimento adequado da rede pública de Saúde de âmbito estadual e municipal. As denúncias diziam respeito à falta de médicos para atender, falta de medicação, não funcionamento de hospitais, etc. Confesso que foram colocados muitos entraves por parte do poder público municipal para que se desse a visita. Mas superamos todos. Chegamos lá e fomos surpreendidos. Os administradores municipais fizeram uma verdadeira maquiagem em tudo. O hospital Socorrão de Bacabal estava fechado há muito tempo, imediatamente teve as obras de reforma retomadas e rapidamente apareceram os medicamentos que antes não tinham e outras coisas mais. Visitamos tudo e fizemos uma grande audiência pública, no auditório do Fórum, que inclusive contou com a presença do Ministério Público. É bom que se diga que tanto o prefeito quanto o secretário de Saúde de Bacabal respondem a ações movidas pelo Ministério Público por improbidade administrativa e estão com seus bens declarados indisponíveis pela Justiça. Na audiência pública o povo teve a oportunidade de manifestar sua imensa insatisfação pela prestação dos serviços públicos de saúde. A Comissão de Saúde está concluindo o relatório da visita e vamos encaminhá-lo às autoridades competentes para as providências. Acho que essa é a nossa responsabilidade. Vamos cobrar a solução para os problemas constatados.
JP – Quais os problemas mais graves enfrentados pela população de Bacabal em outras áreas?
CF – Infelizmente, Bacabal hoje é uma cidade maltratada por seus administradores. A cidade está suja, esburacada, com problemas sérios de trânsito e castigada por uma inadmissível falta de água. Acredite se quiser, mas Bacabal, que é banhada pelo rio Mearim, sofre o problema de falta de água. Por que isto acontece? Porque seus administradores não têm compromisso com o povo. É a única resposta. Os bens públicos de Bacabal não são cuidados, não recebem a manutenção necessária. Não há políticas públicas condizentes com as necessidades do povo bacabalense. A rede de esgoto de Bacabal está literalmente arrasada. Estou relatando apenas os problemas mais graves porque existem muitos outros.
JP – Qual o motivo que levou o senhor a pedir à governadora Roseana Sarney providências no sentido de determinar à Secretaria de Saúde o retorno do Hospital Laura Vasconcelos, localizado em Bacabal, para o comando do Estado?
CF – Faz algum tempo que a administração municipal de Bacabal solicitou ao governo do Estado que cedesse o Hospital Laura Vasconcelos, em caráter provisório, para funcionar o Hospital Municipal de Bacabal. Acontece que até hoje continua a ocupação do único hospital regional do estado a serviço da Prefeitura de Bacabal porque nunca foi concluída a reforma do Socorrão. Quem está pagando caro por isto é a população de Bacabal e entorno, que é estimada em mais de 500 mil habitantes. Hoje, em Bacabal, a população não conta com um serviço de saúde para atender suas necessidades mínimas. Não há nenhuma resolutividade no atendimento da demanda da população. Há falta de médicos em especialidades básicas de Medicina como, por exemplo, cardiologistas, urologistas e outras. Defendo que cada esfera governamental arque com suas responsabilidades. O Estado deve assumir sua competência e o município a sua. O que não pode é a população ficar privada de um direito que é básico, que é o de ter uma saúde de qualidade e acessível.
JP – O senhor foi eleito deputado estadual numa “dobradinha” com o deputado federal José Vieira (PSDB), ex-prefeito de Bacabal. Quem dos dois vai enfrentar o desafio de ser candidato a prefeito de Bacabal?
CF – Não posso negar que alimento o sonho de ser prefeito de Bacabal. Quero muito um dia poder administrar a cidade em que nasci e que amo muito. Mas sou um político de grupo porque entendo que só se faz política com grupo. Eu e o deputado federal Zé Vieira somos aliados, integramos um grupo e já enfrentamos juntos muitas batalhas políticas. E, com certeza, vamos enfrentar muitas outras. A próxima será a sucessão municipal de Bacabal. Percebo que há um sentimento no povo bacabalense clamando por mudança, pelo novo. E a mudança e o novo estão em nosso grupo. Temos vários nomes. O grupo decidirá quem será nosso candidato. Mas eu defendo que seja o deputado federal Zé Vieira. Ele já governou Bacabal e é um homem experiente. Estamos trabalhando nesse sentido.
JP– Quais os municípios que o senhor defende a criação e as vantagens decorrentes destas emancipações?
CF – Há um estudo recente do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) que comprova que mais de 90 por cento dos municípios criados no Brasil melhoraram seus indicadores sociais. Isto é um fato. Agora, há aqueles que devido à falta de uma gestão minimamente competente, entre outros fatores, não conseguiram evoluir. Mas é exceção. Em regra, os novos municípios progridem. Eu apresentei requerimento solicitando a criação dos municípios de Morada Nova, desmembrando de Pindaré-Mirim; Juçaral Mirim, desmembrando de Vitorino Freire; Paiol do Centro, desmembrando de Parnarama; Brejinho, desmembrando de Bacabal; Livramento, desmembrando de Peritoró; Nova Vida, desmembrando de São Luiz Gonzaga; e Paruá, desmembrando de Santa Luzia do Paruá; Trizidela, desmembrando de Bacabal. Acredito que todos atendem aos critérios estabelecidos pela Resolução da Assembleia. Mas é a Comissão de Triagem da Assembleia, constituída por técnicos capacitados, que vai analisar e dar o parecer final.
JP – O senhor apresentou requerimento pedindo a construção de uma escola de Ensino Médio, no povoado Olho d’Água da Lapela, município de Conceição de Lago Açu, e também a construção de um matadouro público na sede desse município?
CF – É verdade. São duas reivindicações prioritárias para aquela comunidade. Há uma demanda reprimida de jovens que precisam ingressar no Ensino Médio naquela região. O matadouro público é uma questão de saúde pública. Todo município deve contar com um matadouro público. Acredito que a Vigilância Sanitária do Estado também admite ser uma necessidade urgente. Afinal, o alimento que a população consome diariamente precisa atender às condições higiênicas e sanitárias básicas. Na verdade, esta é uma medida de prevenção de saúde porque se formos investigar muitas doenças que acometem o povo são adquiridas devido ao consumo de alimentos inadequadamente manipulados.
JP – Como o senhor avalia o trabalho do governo do Estado?
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